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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

HP em Foco: A magia das Trilhas Sonoras

Não é segredo que uma boa trilha sonora pode fazer de um filme uma super produção ou um pedaço de lixo sem serventia. Sim, a escolha correta da trilha sonora é muito importante, nunca duvide disso.
A série Harry Potter sempre teve uma trilha sonora muito peculiar, e me atrevo a dizer, excepcional. Não me atrevo por ser um fã incondicional, mas por ter ainda pouco contado com todo o universo da música, mesmo estudando-a com asciduidade.
Em seu quarto compositor, a série sempre apresentou músicas envolventes, enigmáticas, como passagens de crescendo tão intensas, que à alguns causam arrepios.
John Williams foi o primeiro. Escreveu a trilha dos três primeiros filmes, Em Harry Potter e a Pedra Filosofal, John teve a importante responsabilidade de iniciar o movimento musical da série mais intrigante de todos os tempos. O menino comum que se descobre bruxo e se desloca para um mundo totalmente novo. A criação da melodia tema foi sem dúvida perfeita para a ocasião. Toda a trilha foi escrita para encantar as crianças, na época público alvo. E assim como o personagem crescia, os expectadores também, o que provocava a mudança na trilha sonora.
Em Câmara Secreta, John nos surpreende com uma trilha melódica única, com trechos fortes e uma emoção fascinante inpregnada nas notas. Em destaque para a trilha Fawkes is Reborn e Reunion of Friends, onde a amizade é expressa na música de forma sem igual.
Prisioneiro de Azkaban foi uma surpresa. A serenidade da criança expectadora de repente dá um salto, e se depara com um personagem crescido, mais maduro. A presença do Barroco é evidente nas músicas. John também coloca um toque de mistério nas músicas: afinal Harry Potter, o menino que já havia enfrentado perigos inimagináveis agora era caçado por um inimigo que conseguira escapar de Azkaban, algo na época, impossível. Destaco nesta trilha a música Buckbeak’s Flight e A Window to the Past. Na primeira a percussão precisa e fantástica marca um tempo como se expressasse mesmo os galopes do Hipogrifo. E na segunda e melodia tocante que só John é capaz de criar.

O segundo compositor da série foi Patrick Doyle, cuja participação foi unicamente em Cálice de Fogo. Doyle criou uma reviravolta na trama ao alterar completamente a trilha original, herdade de John Williams. O primeiro choque foi no tema principal, que Doyle modificou para um tom mais sombrio e apropriado para série. Destaque para The History Continues e Voldemort [a maior trilha de todas já compostas na série inteira, com incríveis 9'38"]. Doyle escreveu, dentre outras obras, as trilhas de O diário de Bridget Jones e Eragon. Sua participação em Harry Potter foi única, mas deixou lembrança de uma revolução, algo que, para quem leu e assistiu, percebeu bem.

A seguir temos Nicholas Hooper, que teve duas participações: em Ordem da Fênix, Nicholas volta com a temática original, claro, adaptada para a ocasião. Harry Potter não era mais criança. Voldemort havia voltado, e o mundo aspirava em iniciar uma guerra.
Os instrumentos de corda foram amplamente valorizados nesta trilha e também na seguinte. E Nicholas também inovou com a utilização do Taiko, um tambor japonês capaz de produzir um som marcado e harmonioso. Destaque para Death of Sirius e Professor Umbride, onde ele usa a melodia introduzida por Tchaikovsky na Suíte Quebra Nozes como base para a música.
Logo depois, Nicholas escreveu a trilha para o Enigma do Príncipe, onde novamente mergulhamos na atmosfera sombria e enigmática. As músicas agora remetem à angústia de cada cena, o que aumenta ainda mais a expectativa de quem acompanha a trama. E é claro, não podemos esquecer da cena mais preciosa, a morte de Dumbledore, marcada por uma melodia incrivelmente triste. Destaque para Journey to the Cave.

E por fim chegamos ao último filme lançado, onde a trilha foi escrita por Alexandre Desplat. Totalmente diferente de tudo o que já foi composto para a série, Desplat usou e abusou dos tons misteriosos para causar muito suspense e até mesmo sustos em determinadas faixas. A que mais me surpreendeu foi a trilha Bathilda Bagshot, onde o som sinistro e fantasmagórico chega a gelar os nervos. Desplat, ao contrário dos outros preferiu usar os instrumentos de metal [trumpetes, trombones e tubas] para marcar as melodias. Um ponto positivo ao meu gosto. Sempre tive uma "queda" pelos vibratos e tuttis da seção de metais. Desplat ficou mais conhecido depois de compor a trilha de Lua Nova [calma, não vou falar da saga Crepúsculo aqui!]

Toda a trilha sonora pode ser adquirida em sites especializados ou mesmo em lojas de músicas de médio à grande porte. Em breve postaremos links para download das trilhas, mas sempre recomendamos que se você é fã de verdade, vale a pena comprar os originais.

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